27 de nov. de 2011

Filosofia – Transcrição da Aula do Dia 23.11.2011

 
suplicio2Foucault trata a política no sentido micro, ou seja, ele pensa de forma diferente do Hobbes, que via a política no sentido Macro, já Foucault, pensa baseado nas práticas institucionais, da vida cotidiana, da maneira como elas são usadas, da relação delas com a população, e a maneira como elas representam o Estado.
Ele vai atrás de documentos e arquivos para entender como as instituições funciona, para da um diagnostica das mesmas.
Os suplícios sofrem uma decadência quando ocorre a revolução francesa vai promulgar os direitos do homem, que nada mais é que os princípios jusnaturalistas, ou seja, os direitos dos homens são baseados nesses princípios.

Qual é a função do suplício?

É uma forma de punição exemplar, onde mostra o poder soberano do Estado, e o medo que deve ser produzido pela cena de horror que o mesmo representa, ele é uma imagem montada tecnicamente, com uma função racional, para controlar a população, em relação a obediência as leis, provocando um sentimento de medo.

Algo com o próprio suplicio que vai perdendo força, vai havendo o desgaste do mesmo como forma penal. Ocorre um efeito colateral, pois a multidão a ser exposta a uma cena de horror como era o suplicio, o espectador é levado a um turbilhão de sensações, onde a justiça é a protagonista, ela só entra em cena quando à sociedade ou o Estado foram ofendidos, os cidadãos não estão ali só pra serem aterrotizados pela cena do suplício.

O cidadão ao ser exposto ao suplicio, imposto pelo Estado, mas existe outra face do cidadão que é o instinto, aos poucos aquele espetáculo de violência, vai educando o cidadão, não só pelo medo de cometer o delito, mas em serem violentos, inicialmente o povo é instigado pelas cenas de horror, a terem raiva, rancor, e ao final ao observarem todo o cronograma do supliciado, ela (população), compactua com o próprio condenado, estabelecendo com ele uma relação afetiva, que começa com ódio, e aos poucos se transforma em compaixão e piedade, e esses sentimentos são considerados como afeto, e que pelas instituições do Estado, esses sentimentos não são bem vindos.

Ocorrendo assim uma inversão ao final do suplicio, pois a população começa a estabelecer comparações, chegando muitas vezes a conclusões, que os assassinos, os cruéis, os violentos, são os juizes, os carrascos, os oficiais de justiça, ou seja, todos que estão naquela cena, e representam o poder do Estado.

O efeito colateral, que vemos do exposto acima, vem do Estado, que busca criar cidadãos que o obedeça, só que existe algo na natureza do homem que é intransponível, como se fosse uma célula que se volta contra o corpo, como vimos na ilustração do Leviatã, onde o corpo do Estado são os indivíduos, são os revoltados, que se rebelam, e com isso infecta as outras células (cidadãos), isso não significa que todas irão ser infectadas. O Estado, nada mis é que uma tecnologia, que é criada pelo homem pra facilitar a sua vida.

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